Nesta quarta-feira, dia 19, o Paraná vai entregar à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) a documentação que levou o Estado a ser reconhecido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) como área livre de febre aftosa sem vacinação, último passo antes de receber o selo internacional. O reconhecimento global deve acontecer em maio de 2021 e permitirá que os produtores paranaenses busquem melhores mercados. “Primeiro o Paraná tinha que obter o reconhecimento interno. Agora vamos buscar o reconhecimento internacional”, diz o veterinário Carlos Vieira da Costa Júnior, vice-presidente do Sindicato Rural de Paranavaí.
Em novembro de 2019 o Paraná suspendeu a vacinação contra a febre aftosa e em janeiro último passou a impedir entrada de bovinos e bubalinos de outros estados (exceto Santa Catarina, que já era área livre de aftosa sem vacinação) para cria, recria e engorda. Desde então, esses animais só entram no Estado para abate imediato, ou para cruzarem o território paranaense, em direção a outros Estados. São as chamadas cargas lacradas.
Assim que a medida foi adotada, houve especulação de que poderia faltar gado no Estado. “Não é o que está acontecendo. O Paraná tem vendido muito gado jovem para outros estados por conta do preço. Se faltar vai ser por excesso de venda e não por falta da entrada”, analisa o veterinário. Ele explica que os bezerros estão sendo vendidos especialmente para São Paulo, onde ganham peso e são abatidos. “Está faltando proteína animal no mercado internacional. Por isso esta demanda e a elevação de preço do gado”, explica o vice-presidente do Sindicato.
Costa não vê prejuízo neste modelo de mercado, já que o gado vendido paga imposto ao Paraná, apesar de reconhecer que a agregação de valor aconteça no estado exportador. Em contrapartida, a agregação de valor dos animais abatidos no Estado e não exportados para outro estado acontece na transformação do boi em carne e subprodutos. A China é hoje o maior comprador de carne bovina brasileira, que tem operado com outros Estados. No Paraná, o país asiático adquire aves e suínos. Ele aponta que o reconhecimento não beneficia apenas a pecuária. “O reconhecimento mostra que, de uma maneira geral, o Paraná tem um robusto sistema de controle sanitário”, aponta Costa, lembrando que a suinocultura, por exemplo, é beneficiada direta e mais rapidamente.
Carlos Costa assinala que o reconhecimento internacional do Paraná como área livre de febre aftosa sem vacinação é o coroamento de uma luta de 54 anos de combate e erradicação da doença. É a demonstração de que todos os protocolos nacionais e internacionais de sanidade animal foram cumpridos e o controle sanitário continuará com a proibição de entrada de animais dos estados que ainda mantêm a vacinação. “Não há porque não acontecer o reconhecimento internacional”, diz Costa.
Fonte: Tudo Politica . Ass. Com.
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