Uma reunião realizada há 15 dias para tratar da Rodovia do Agronegócio, que liga Paranavaí a Taquarussu (MS), por pista dupla, através do Porto São José, acendeu a luz amarela entre os defensores da ideia. O encontro reuniu representantes da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), vinculada ao Ministério da Infraestrutura, do Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER-PR) e os coordenadores da Sociedade Civil Organizada de Paranavaí e Região, que lidera o movimento pela Rodovia. Participaram das conversações os deputados paranaenses Luiz Nishimori (federal) e Luiz Cláudio Romanelli (estadual) e, ainda, representantes do Governo do Mato Grosso do Sul, que também têm se mobilizado favoravelmente ao empreendimento.
“Trata-se de uma ligação importante, esta rodovia vai ligar a principal zona produtora de grãos do país ao Porto de Paranaguá’, disse o deputado Romanelli após o encontro. “Mas fiquei preocupado, porque os técnicos do DER e da EPL querem fazer esta ligação por Diamante do Norte, passando pela barragem em São Paulo e depois seguindo para o Mato Grosso do Sul. Isto não nos interessa, não interessa à região de Paranavaí”, completou o parlamentar.
“O que os técnicos querem não é a melhor opção, mas a opção mais fácil”, comentou o presidente do Sindicato Rural de Paranavaí, Ivo Pierin Júnior, um dos coordenadores da Sociedade Civil. Na sua avaliação, o que a EPL e o DER defendem é uma opção que, a curto prazo, pode parecer a mais vantajosa economicamente, mas não é.
SOLUÇÃO POLÍTICA - O deputado Luiz Nishimori também não concorda com esta visão técnica, pois diz que a proposta dos dois órgãos não está considerando o quanto o trajeto seria encurtado entre a zona de produção e o Porto de Paranaguá, algo entre 120 e 150 quilômetros. Ele também desconfia de que uma eventual duplicação entre Taquarussu e Rosana (SP), pode estimular as exportações pelo Porto de Santos. “Fiquei muito chateado”, admitiu o deputado após a reunião por videoconferência.
Mas isso não o desestimulou. “Vamos ter que encontrar uma saída política”, disse ele apontado que a alternativa seria uma conversa dos governadores do Paraná e Mato Grosso do Sul com o ministro Tarcísio Gomes de Freitas. Na quinta-feira da semana passada, o parlamentar participou de uma reunião do governador Ratinho Júnior e do secretário estadual de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex com o ministro Tarcísio. A expectativa agora é em relação a conversa entre o governador Reinaldo Azambuja (MS) com o ministro da Infraestrutura.
Pierin Júnior vai além: “se a opção for fazer a ligação por Diamante do Norte certamente será para aproveitar traçado atual da rodovia existente. É um traçado cheio de curvas, que foi projetado com base em estradas rurais, quando caminhões e automóveis desenvolviam uma velocidade bem menor. Quantas vidas foram perdidas à medida que carros e caminhões começaram a ficar mais velozes? Quanto ainda teremos que perder para entender que retas são mais econômicas e protegem vidas? Que os cruzamentos de rodovias com viadutos são mais seguros? Que estas ações evitam acidentes, economizam a estrutura de socorro, resgate, emergência, leitos e insumos nos hospitais com menos feridos, economizando na saúde e, no limite, salva vidas?”, pergunta ele.
A preocupação com o tempo é porque o contrato de cessão das rodovias federais do Paraná ao Governo do Estado termina ano que vem, quando o Governo Federal também deverá lançar o plano de concessões de rodovias. É este plano que está sendo elaborado pela EPL.
Fonte: Tudo Politica . Ass. Com.
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