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Fecularias podem implantar usina de energia elétrica a partir de resíduos.
10-12-2019 17:01:27
Os resíduos produzidos pelas fecularias de mandioca são hoje, o equivalente a produção de 12 mil litros de óleo diesel por dia.



Fecularias podem implantar usina de energia elétrica a partir de resíduos. Capacidade do setor para combustível veicular equivale a 12 mil litros de óleo diesel por dia.

Os resíduos produzidos pelas fecularias de mandioca estão sendo mal ou subutilizadas. O potencial desta biomassa é enorme. Para se ter uma ideia, se os resíduos destas agroindústrias fossem transformados em combustível veicular, seria o equivalente a produção de 12 mil litros de óleo diesel por dia.

A revelação foi feita durante a última reunião ordinária da Associação Brasileira de Produtores de Amido de Mandioca (ABAM) pelo consultor Gabriel de Souza Prado, da Clean Environment Brasil, uma empresa que fabrica e comercializa produtos, equipamentos e tecnologias para o meio-ambiente. Ele falou no encontro sobre soluções ambientais e energéticas aplicadas a fecularia.

Atualmente, a maioria das fecularias lança os resíduos da mandioca numa lagoa, que é coberta para reter o gás metano produzido com a decomposição da matéria. Este gás é queimado para aquecer as caldeiras dos secadores da indústria. Mas este biogás pode ser convertido para energia elétrica ou veicular também.

“Pela posição geográfica das empresas, como as indústrias estão muito próximas, a ideia seria montar uma usina e juntar esse resíduo em uma única usina. Além do mais, a usina poderia receber resíduos de outras indústrias e, cobrar uma taxa por isso, agregando ainda mais valor”, disse o consultor. Seria outra fonte de renda. “O dejeto que outras indústrias não tinham mais destino, não tinham mais o que fazer, levam até a usina, que trata, transforma em gás, transforma em energia e ainda rentabiliza a empresa”.

Em outras palavras, é a máxima de transformar um passível ambiental num ativo econômico. “A beleza é justamente essa: de um passivo do meio ambiente faz-se dinheiro e uma forma de negócio. Então é fantástico. O apelo do biogás é esse: resolve vários problemas com uma única solução”, sentencia o consultor.

Para passar a produzir GNV ou energia elétrica, as fecularias não precisariam, em princípio, aumentar seu processamento. As estimativas são de que o resíduo atualmente produzido pelas fecularias brasileiras pode gerar outras formas de energia e ainda usar para aquecer as caldeiras, ou até mesmo usar a energia elétrica produzida com o biogás para esta finalidade.

O encontro despertou o interesse dos agroindustriais, que fizeram muitos questionamentos. O presidente da entidade, Valter de Moura Carloto, pioneiro na produção do gás metano para secagem da fécula, defendeu a sequência das conversas para avaliar a viabilidade da implantação da usina sugerida pelo consultor.

Na reunião foi definida a realização de uma rodada de negócios durante a Exposição Feira Agropecuária e Industrial de Paranavaí, em março. Na ocasião também poderá ser realizada um ciclo de palestra sobre o assunto.

A Amidos Pasquini, de Nova Esperança, já gera 20% de sua necessidade de energia elétrica a partir dos resíduos da mandioca. Segundo o diretor da empresa e da ABAM, Eduardo Pasquini, a energia elétrica gerada a partir do gás metano da lagoa instalada na empresa é de 200 kWh. Um motor Scânia, movido a gás metano, alimenta o gerador de energia elétrica. “E para o ano que vem estamos pensando num segundo motor, já que tem gás sobrando”, anuncia Pasquini, que ficou satisfeito com a reunião que tratou do assunto, especialmente da apresentação dos equipamentos, que avaliam a qualidade do biogás e que purifica o produto. A reunião, na sua avaliação, “foi ótima para todo mundo. A geração do biogás, os equipamentos que muita gente não tem conhecimento para ver a qualidade do gás, de purificação do gás. Tem muitas empresas fornecendo equipamentos, e tem gente que não tem conhecimento. A reunião trouxe informações para as empresas”.

Pasquini acredita na viabilidade de instalação de uma usina de energia elétrica a partir do processamento dos resíduos da fecularia. “Sim, é viável hoje. A questão do biogás foi trazida para a indústria de fécula, no início, para substituir a lenha, que era usada na secagem da fécula e hoje a gente viu que não é só isso, pode gerar energia e muitas outras coisas que pode gerar benefício para a empresa, além de continuar com a secagem, em substituição a lenha, que hoje as indústrias não queimam mais”, resumiu ele.

 

Fonte: Ass. Imp.

 

 

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