O Brasil enfrenta desde fevereiro uma pandemia de coronavírus que já causou a morte de mais de 20 mil pessoas até a última quinta-feira (21). Para dar respostas rápidas à crise de saúde pública, foram editados mais de 800 atos normativos relacionadas à Covid-19, segundo um levantamento da Fundação Getúlio Vargas (FGV). As normas tratam da dispensa de licitações, repasses financeiros, entre outras medidas. Mas a flexibilização de regras relacionadas à administração pública também abriu janelas para casos de corrupção. Escândalos envolvendo desvios de recursos públicos que deveriam ser utilizados no enfrentamento da pandemia se espalharam de Norte a Sul do país. Há casos em São Paulo, Rio de Janeiro, Amazonas, Santa Catarina, Paraíba, Amapá, Pará, entre outros estados.
Um ranking da ONG Transparência Internacional mostra que os governos de Roraima e São Paulo são os menos transparentes do país na divulgação de contratos emergenciais fechados durante a pandemia de coronavírus. Os estados que saíram melhor no ranking são Espírito Santo, Distrito Federal, Goiás e Paraná. As capitais com maior transparência são João Pessoa (PB) e Goiânia (GO). A capital menos transparente é Belém (PA), segundo a Transparência Internacional.
Suspeitas de corrupção no Rio e em São Paulo, relacionadas à pandemia do novo coronavírus já começaram a se espalhar pelo país e a chamar a atenção da Polícia Federal e de órgãos de controle. No último dia 15, a PF deflagrou a Operação Favorito, nova etapa da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro, que apura desvios em contratos, inclusive para a instalação de hospitais de campanha no estado. A operação levou à prisão o ex-presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) Paulo Melo e o empresário Mário Peixoto.
Ainda no Rio de Janeiro, a PF também prendeu dois ex-subsecretários executivos da Secretaria Estadual de Saúde: Gabriell Neves e Gustavo Borges. A suspeita é de fraudes na compra de respiradores, que teriam sido adquiridos com superfaturamento de cerca de R$ 4,9 milhões, segundo o Ministério Público.
Em São Paulo, o governador João Doria (PSDB) é investigado por fechar contratos de respiradores sem fazer licitação. Há suspeita de superfaturamento. Foram comprados 3 mil aparelhos da China a um custo de US$ 100 milhões (ou mais de R$ 550 milhões).
Fonte: Tudo Politica - Gazeta do Povo - Giorgio Dal Molin
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